domingo, 21 de outubro de 2012

Covent Garden



Tendo-se tornado desde os tempos mais remotos um centro de comércio e de referência, Covent Garden Piazza, é hoje um dos mais importantes centros de atracção turística de Londres.

Descobertas aqui feitas em escavações recentes revelaram vestígios de uma civilização Romana, tendo sido o centro de uma importante cidade comercial chamada Lundenwic, que se terá desenvolvido no local em 600dc. Esta terá sido deslocada nos séculos seguintes, acabando mesmo por desaparecer da região.
Existem documentos que mais tarde, nos anos de 1200, fazem menção a um jardim propriedade dos Monges de Beneditinos da Abadia de St. Peter, do Convento de Westminster - The Covent Garden.

O actual edifício do centro da praça de Covent Garden,  foi projectado em 1632 por Inigo Jones inspirado no estilo Italiano da época,  tornando-se em 1666, resultado do grande incêndio de Londres, num célebre mercado de flores, frutas e legumes,  mantendo-se activo durante mais de três séculos, até ao ano de 1974. Existem, curiosamente, documentos que datam de Maio de 1662 que fazem referência a shows de entretenimento de rua.

Os shows de entertenimento de rua são ainda hoje um  importante motivo de atracção a quem visita Covent Garden, transformando este espaço num verdadeiro circo ao ar livre, onde malabaristas, mágicos, músicos, faquires, palhaços... interagem com o público, fazem as delicias e trazem boa disposição de todos os que por ali passam.

Actualmente Covent Garden é visito por mais de 30 milhões de turistas todos os anos:  alberga museus e casas de teatro em seu redor, como por exemplo o histórico e famoso Royal Opera House; tem mais de 60 bares, pubs e restaurantes, entre os quais o Rules Restaurant, um dos mais célebres do mundo e considerado um dos dez melhores Londres - fundado em 1798 por Thomas Rules,

Covent Garden tem uma estranha capacidade de despertar todos os nossos sentidos: as decorações modernas que contrastam com o místico dos edifícios, o cheiro de iguarias que nos abrem o apetite e nos trazem água à boca... tornando o acto de degustação quase obrigatório... As gentes que ali passam e que nos cumprimentam com um sorriso de bem-estar e satisfação, as luzes e sons que nos envolvem... Tudo isto deixa-nos com uma estranha sensação de viagem no tempo sem orientação, e uma inquieta vontade de desvendar tudo que Covent Garden tem para nos oferecer...

Abraços Londrinos!






 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Atravessar a passadeira - Look Right.!

Ir para um país onde tudo é diferente do quotidiano a que me tinha acostumado durante quase trinta e seis anos é uma verdadeira aventura!

A primeira constatação que fiz quando cá cheguei é que realmente conduz-se pelo lado esquerdo da estrada e o volante nos carros é do lado direito. Nada que alguém minimamente informado não saiba, mas confrontar a realidade e o resultado prático doque eu já sabia deixou-me as ideias completamente trocadas, e até o simples atravessar da passadeira transformou-se num verdadeiro acto de perigo eminente! Sim, porque aprendi a olhar primeiro para a esquerda e depois para a direita, e lá ia um pé à estrada porque da esquerda não vinha nenhum carro... simultâneamente descobri que os meus ouvidos trabalham na perfeição quando comecei a levar com buzinas (dignas de orquestra) dos carros que se deparavam com um individuo que só pode mesmo ter tendências suicídas!!... E isto apesar de que nas passadeiras se encontrar escrito no chão "=> Look Right =>".
E quase sete semanas depois continuo a sofrer deste terrível mal e a correr todos os dias perigo de vida. Bem, para mim a culpa  vai ser sempre dos ingleses - eles é que conduzem fora-de-mão..!

"Mas onde é que esta gente tirou a carta!!?"

Abraços Londrinos!

Exemplo de uma passadeira numa estrada com dois sentidos,
embora separada por uma "ilha" de resguardo para piões.




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ida à praia.

Na passada Sexta-feira decidi ir ver o mar!  A pouco mais de 50kms de Londres ficam muito perto uma da outra as vilas de Lancing e Worthing.
A viagem foi de comboio, o que resultou numa pequena aventura...
Na bilheteira adquiri um pass de ida e volta por £25, e pelo sim pelo não, deverá ter pensado e muito bem o funcionário da bilheteira, vender-me um bilhete que me permitia chegar ao destino por qualquer itinerário. E com razão!
Saí da estação de London Bridge em direcção a Lancing, com escala em Haywards Heath numa viagem de 1h 22 min, nada de mais simples. O problema aconteceu quando tive de fazer escala para trocar de comboio e as informações disponíveis nesta estação eram muito escassas. Informou-me um revisor que teria que apanhar naquela mesma linha o próximo comboio e que este estaria mesmo a chegar - Óptimo, pensei eu, - isto está a correr bem! Já cómodamente instalado depois da troca, numa carruagem de verdadeiro luxo em classe standard, eram informados os passageiros por um pequeno LCD que o comboio seria separado em duas partes e das estações onde este iria para até chegar ao seu destino final... Separado em dois? Ok, eles lá sabem o que isso quererá dizer!
O comboio arranca, o mesmo monitor informa que a próxima paragem será em Clayton... o que pelos meus cálculos não demorariamos a lá chegar. Logo depois desliga-se o monitor durante bastante tempo... muito tempo... e eu aceso de curiosidade do local que estaríamos a passar, ligo o Google Maps e peço a localização: Surpresa! mudei de linha, Clayton ficou bem para trás e o comboio onde seguia teria como destino Hastings... O meu primeiro pensamento foi para o tal revisor, na cabeça não me faltaram nomes que o caracterizassem... o segundo pensamento foi sair na próxima estação, pois o meu destino era mesmo Lancing e onde iria encontrar-me com um amigo, o ultimo pensamento foi que teria de informar-me como chegar a Lancing e que teria de adquirir novo pass...
Nada disso: assim que o comboio pára dirijo-me ao revisor, mostro-lhe o meu bilhete, digo-lhe para onde quero ir e que não entendi como ali fui parar. Este simpaticamente esclarece-me que o comboio onde fiz escala diviu-se em dois, sendo que as carruagens da frente seguiram para Lancing e as detrás mudaram o seu destino para Hastings e esta separação efectuou-se em andamento uns minutos antes de Clayton... informou-me também que o pass que eu adquiri em London Bridge me permitia apanhar um novo comboio a partir dali e que com ele eu até podia naquele dia dar a volta a Inglaterra para chegar a Lancing! Menos mal... e lá apanhei novamente o comboio, desta vez não se separava em partes, e depois de parar em todas estações a apeadeiros lá cheguei ao meu destino com cerca de trinta minutos de atraso do tempo inicialmente previsto.

E já em Lancing, tinha ainda umas horas até me encontrar com o João Ferreira, um amigo de longa data e que como eu, outro tuga, que veio à doze anos procurar de uma vida melhor em terras de sua majestade. Aproveitei as horas para um belo passeio à beira mar até chegar a Worthing, para matar saudades daquele cheiro a água salgada, da praia, e esta que não tinha areia... as praias por aqui são feitas de rochas e pedras em tons cinzentos...
Com esta pequena aventura já a minha barriga estava a dar sinal com falta de alimento e tentei, entre tanta oferta procurar um restaurante típico onde pudesse almoçar. Escolhi "The Rose & Crown Tavern" em Worthing para saciar a minha fome e descansar um pouco. Com um acolhimento que ainda não tinha visto desde que cheguei a Inglaterra, e com a ajuda de uma simpática waitress, sim, pois o meu inglês ainda continua no nível básico, lá escolhi um Fish Pie acompanhado com verduras e uma sobremesa de deixar água na boca! Fica a recomendação...

O dia foi muito bem passado, reencontrei um amigo com quem pude meter a conversa em dia, falar de Portugal, de trabalho e das expectativas que tenho na minha nova vida.

Abraços Londrinos!